Lançamento do livro e exposição “Lorenzato”

reúne amantes e experts da arte plástica

 

Felipe José de Jesus

 

                “Um artista que não está conosco, mas que dizia ser um franco atirador, não pertencia à escola, não pertencia à igrejinha, pinta conforme dá na telha, amém!. Um artista que sempre fez por amor, um artista que ultrapassa a loucura de um grande pintor, um ser humano maravilhoso e acima de tudo um poeta, um amigo”. Com estas palavras, emocionado, Manoel Macedo, dono da Manoel Macedo Galeria de Arte, lançou no dia 26 de março de 2010, o livro do artista plástico já falecido “Amadeu Luciano Lorenzato”, com texto da professora argentina, Maria Angélica Melendi. Junto ao lançamento, deu-se a abertura da também exposição das 98 obras do artista e seu amigo, que vai até o dia 27 de abril.

                Para a concretização do evento foi feita uma ação conjunta entre a Editora C-Arte, a Galeria Manoel Macedo, Ministério da Cultura, Cemig e Bamaq. Durante o dia do lançamento do livro e exposição das obras, cerca de 250 pessoas estiveram no local. Entre os convidados, personalidades da política, empresários mineiros, artistas plásticos, músicos, escritores, jornalistas, professores, estudantes de artes, assessores, advogados, engenheiros, curadores e fotógrafos.

O artista plástico Lorenzato que foi ovacionado no dia, era italiano, mineiro e belo-horizontino de nascimento. Nasceu em 1900 morou em BH, se formou em artes plásticas pela Real Academia de Arte na Galeria Olímpica, em Vicenza, Itália em 1925, excursionou anos com suas obras e faleceu em 1995 em BH. Sua história artística é grandiosa, sendo um pintor que tinha como principal regra a liberdade que lhe deixava produzir sua própria tinta. O seu início de carreira e exposições começaram no Salão Jovem, Minas Tênis Clube em 1965, passando por Petit Palais, Paris em 1973, Intercambio Cultural Itália Brasil, Roma em 1988, Itaúgaleria, BH 1991 chegando a “Lorenzato e as cores do Cotidiano”, retrospectiva MAP, BH 1995, já no ano de seu falecimento.

Para alguns visitantes presentes no lançamento, a obra do artista surpreendeu.  “A exposição é linda. Não conhecia muito o Lorenzato. Descobri que já foi feita na Guignard uma exposição dele. Achei muito bacana, muito colorido, tem elementos brasileiros, e vi que tem textos da Pitty, a professora Maria Angélica Melendi. Bom o livro está muito bem montado e em minha opinião complementa a exposição, pois tem mais obras, além das que estão aqui”, parabenizou Raquel Correia Benjamim, assessora da diretoria da Guignard que adquiriu o livro do artista.

                Para Maria Angélica Melendi a Pitty, curadora do livro “Lorenzato”, a exposição e o lançamento do livro renovam a identidade do artista na capital. “Tinha muito tempo que não havia uma exposição como esta por aqui. Então cada vez que aparece uma obra de um artista que já faleceu é bom, pois revigora a memória dele. É uma produção marginal em relação à corrente, pois às vezes Lorenzato toca uma corrente picotoria, mas continua com uma identidade particular. Vejo o Lorenzato como um imigrante que veio para uma cidade que estava começando, trazendo conhecimento e que este se incorpora na pintura dele e na memória dos outros”, disse.

                Já para Manoel Macedo a exposição e o lançamento do livro têm como foco trazer à tona a curiosidade do visitante, por isso ele afirma que as obras de Lorenzato devem ser vistas com muita atenção, principalmente por estarem em grande número numa mesma galeria.

“Meu sonho é que fiquemos eternamente com a exposição, pois é um registro. A obra agora terá um novo olhar, principalmente para as pessoas que não o conheciam ou desconheciam suas obras. A obra tem que ser olhada com cuidado, são 98 obras e com certeza as pessoas não vão se admirar. É uma oportunidade única e foram 30 anos até chegar aqui,  colecionar estas obras foi uma coisa inusitada. Espero que as pessoas entendam a pintura, é genial, mas para ver com tempo, com amor e lembro, ter este número de obras é um privilégio”, concluiu Manoel.

 

Exposição e vendas

                As obras de Amadeu Luciano Lorenzato podem ser vistas até o dia 27 de abril através da Manoel Macedo Galeria de Artes que fica na Rua Lima do Arte, 158 no Carlos Prates. Contato: (31) 3411-1012. Já o livro que foi vendido no local (lançamento) pelo valor de R$80, poderá ser encontrado e adquirido no site da Editora C-Arte: www.comarte.com - pelo 3491-2001, ou nas principais livrarias da cidade pelo valor de até R$120. Confira e conheça um pouco mais sobre este valioso artista mineiro da cena cultural e histórica de Minas Gerais.